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By Ferramentas Blog

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O SILÊNCIO DE MARIA

Gostaríamos que os Evangelistas tivessem narrado mais acontecimentos e palavras de Santa Maria. O amor faz nos desejar mais notícias da nossa Mãe do Céu. No entanto, Deus cuidou de no las dar a conhecer, na medida em que nos era necessário, tanto durante a vida de Nossa Senhora aqui na terra como agora, depois de vinte séculos, através do Magistério da Igreja, que, com a assistência do Espírito Santo, desenvolve e explicita os dados revelados. Pouco tempo depois da Anunciação, ainda que a Virgem não tivesse comunicado nada a Santa Isabel, esta penetrou no mistério da sua prima por revelação divina. O mesmo se passou com José, que não foi informado por Maria, mas por um anjo em sonhos, sobre a grandeza da missão daquela que já era sua esposa. No nascimento do Messias, Maria continuou a guardar silêncio, e os pastores foram informados pelos anjos do maior acontecimento da humanidade. Maria e José também nada disseram a Simeão e Ana quando, como um jovem casal entre muitos, foram a Jerusalém para apresentar o Menino no Templo. E, primeiro no Egito e depois em Nazaré, Maria não falou a ninguém do mistério divino que envolvia a sua vida. Nada comentou com os seus parentes e vizinhos. Limitou se a conservar todas estas coisas, ponderando as no seu coração.“A Virgem não procurava, como tu e como eu, a glória que os homens dão uns aos outros. Bastava lhe saber que Deus sabe tudo. Quando quer, os céus publicam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos (Sl 18, 1 2). Dos ventos fazes os teus mensageiros, e do fogo ardente os teus ministros (Sl 104, 4)”. “É tão formosa a Mãe no perene recolhimento com que o Evangelho no la mostra!... Conservava todas estas coisas, ponderando as no seu coração! Esse silêncio pleno tem o seu encanto para a pessoa que ama”. Na intimidade da sua alma, Nossa Senhora foi penetrando cada vez mais no mistério que lhe tinha sido revelado.Mestra de oração, ensinou nos a descobrir Deus – tão perto das nossas vidas! – no silêncio e na paz dos nossos corações, pois “só quem pondera com espírito cristão as coisas no seu coração pode descobrir a imensa riqueza do mundo interior, do mundo da graça, desse tesouro escondido que está dentro de nós. Foi este ponderar as coisas no coração que fez com que a Virgem Maria fosse crescendo, com o decorrer do tempo, na compreensão do mistério, na santidade e na união com Deus”.O Senhor também nos pede esse recolhimento interior em que guardamos tantos encontros com Ele, preservando os dos olhares indiscretos ou vazios para tratar deles a sós “com quem sabemos que nos ama”. A ANUNCIAÇÃO representa o momento culminante da fé de Maria à espera de Cristo, mas é além disso o ponto de partida do qual arranca todo o seu caminho para Deus, todo o seu caminho de fé”. Esta fé foi crescendo de plenitude em plenitude, pois Nossa Senhora não compreendeu tudo ao mesmo tempo nas suas múltiplas manifestações. Com o correr dos dias, talvez sorrisse ao recordar a perplexidade que a levara a perguntar ao Anjo como poderia conceber se não conhecia varão, ou ao interrogar Jesus sobre o motivo por que se separara de seus pais para passar três dias no Templo sem os avisar... Podia agora admirar se de não ter entendido o que já então se lhe manifestava. O recolhimento de Maria – em que Ela penetra nos mistérios divinos acerca do seu Filho – é paralelo ao da sua discrição. “Para que as coisas possam guardar se no interior e ser ponderadas no coração, é condição indispensável guardar silêncio. O silêncio é o clima que torna possível o pensamento profundo. Quem fala demasiado dissipa o coração e leva o a perder tudo o que há de valioso no seu interior; assemelha se então a um frasco de essência que, por estar destapado, perde o perfume, ficando apenas com água e um ligeiro aroma a recordar vagamente o precioso conteúdo de outrora”.A Virgem também guardou um discreto silêncio durante os três anos da vida pública de Jesus. A partida do seu Filho, o entusiasmo da multidão, os milagres, não mudaram a sua atitude. Apenas o seu coração experimentou a ausência de Jesus. Mesmo quando os Evangelistas falam das mulheres que acompanhavam o Mestre e o serviam com os seus bens, nada dizem de Maria, que certamente permaneceu em Nazaré.

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