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By Ferramentas Blog

domingo, 16 de janeiro de 2011

São Paulo e a Caridade



A conversão, a vida de oração e a vida em comunhão devem levar o cristão a atingir as maiores virtudes e para São Paulo “agora permanecem fé, esperança e caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade”. (1Cor. 13, 13). A Igreja nos ensina que “a caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos por amor de Deus”. (Catecismo da Igreja Católica § 1822).
De fato, a caridade é tão importante que São afirma que “ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se eu não tivesse a caridade, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse meu corpo às chamas, se eu não tivesse a caridade, isso de nada me adiantaria” (1Cor. 13, 1-3).
Assim, de nada adianta possuir alguns dons, como o de orar em línguas ou realizar profecias. De nada adiantar também conhecer toda a doutrina católica se não se tem a caridade. Os fariseus do tempo de Jesus conheciam toda a Lei judaica e buscavam seguir todos os mandamentos à risca, mas o faziam sem caridade, cumpriam-na como um fim em si mesmo e não como algo que tinha por finalidade aproximar o homem de Deus. Já São Paulo ensinou que “a caridade é a plenitude da Lei” (Rm. 13, 10).
De nada adiantar memorizar quantos e quais são os mandamentos, quantos e quais são os sacramentos ou até mesmo decorar versículos da Bíblia. Não esqueçamos que até o diabo sabe citar a Bíblia, como ele fez quando tentou Jesus no deserto (Mt. 4, 1-11). De nada adianta ter fé, se esta não é atuante e não dá frutos.
Para São Paulo, “a caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (1Cor. 13, 4-7).
Depois destas palavras de São Paulo certamente imaginamos que é impossível ter a virtude da caridade. Certamente “aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível”, como ensinou Jesus (Mt. 19, 26). Não somos nós que desenvolvemos a caridade. Ela é um dom de Deus, que nos amou primeiro, quando ainda éramos inimigos em razão do pecado (cf. Rm. 5, 10).
No batismo Deus nos encheu de caridade. Nosso dever de cristãos é, além de não rejeitar essa virtude pelo pecado, fazê-la crescer em nós e dar frutos. Freqüentemente não sabemos frutificar aquela que é a maior das virtudes. Vamos à missa todo domingo, fazemos nossas orações particulares, mas facilmente perdemos a paciência com os outros, não os compreendemos, acusamos-lhes sem nos lembrar que também cometemos erros, não damos esmola, ou quando damos é apenas para o pedinte parar de nos importunar. São tantas as nossas faltas quanto à caridade, que seria difícil enumerá-las.
A caridade é o cume da vida cristã. Recebida no batismo, ela só irá inflamar o coração de cada cristão se este viver verdadeiramente como filho de Deus. Por outro lado, como a caridade é um dom de Deus, só iremos alcançá-la se a pedirmos incessantemente na oração.
Também devemos cooperar com a graça divina. Devemos tentar ser pacientes, prestativos e humildes, bem como procurar os interesses dos outros, esperar e suportar. Devemos evitar a inveja, a ostentação, as injustiças e todas as divisões.
E, por fim, temos o dever de amadurecer em nossa fé. São Paulo, falando sobre si mesmo, disse “Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança”. (1Cor. 13, 11).
Para terminar as meditações que fizemos sobre São Paulo, nada melhor que o próprio nos deixe uma advertência: “já chegou a hora de acordar, pois nossa salvação está mais próxima do que quando abraçamos a fé. A noite avançou e o dia se aproxima. Portanto, deixemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz. Vesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis satisfazer os desejos da carne” (Rm. 13, 11-12.14).
Reflexão
Tenho vivido a caridade na minha vida? Tenho buscado de Deus o dom da caridade? Vivo concretamente os mandamentos da Lei de Deus? Se vivo, é como um fim em si mesmo ou para crescer no amor a Deus e ao próximo? Busco entender profundamente o chamado de Deus à santidade realizando as atividades cotidianas sempre observando a virtude da caridade? A caridade é, no meu dia-a-dia, um reflexo das minhas atitudes carinhosas perante o meu irmão?
Gesto Concreto
Existem sete obras de misericórdia corporal (Alimentar os famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, abrigar os peregrinos, confortar os prisioneiros, visitar os doentes. sepultar os mortos ensinar os ignorantes) e sete de misericórdia espiritual (Rezar pelos vivos e pelos mortos, corrigir os pecadores, aconselhar a quem está na dúvida consolar os tristes, suportar as injustiças com paciência, perdoar as injustiças de boa vontade). Passe a praticá-las no dia-a-dia.
Oração
Ó glorioso São Paulo, concedei-nos que, por sua intercessão, vivamos inflamados de caridade por Deus e pelo próximo e que essa caridade frutifique em obras. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

sábado, 8 de janeiro de 2011

O Tempo


Há uma cerca no meio da vida. Uns pulam para o lado de lá, outros não.
Uns conseguem transpô-la. Outros tentam, mas não são bem sucedidos.
Ela é alta, muitas vezes de arame farpado. Se você atravessá-la, não terá como voltar.
Se você não tentar, não terá como saber o que tem do lado de lá. Você não terá como contar com ninguém nessa travessia, terá que fazê-la sozinho.
Não haverá ninguém que lhe ajude nessa tarefa. Também não haverá quem lhe escore caso você caia.
Se você realmente conseguir atravessar essa cerca, nunca poderá contar a ninguém que ficou do lado de cá, como é o lado de lá, assim como quem está do lado de lá, também não tem como contar para alguém que está do lado de cá, como são as coisas por lá.
Você não tem como levar ninguém junto com você. Essa travessia é única, exclusiva de cada um. A decisão de atravessar também é só sua.
O arrependimento ou a vitória de ter conseguido , também é só seu.
O momento dessa decisão,é importante. É agora, ou nunca.
Você tem um prazo para tomar essa atitude, não o deixe expirar. Se você não atravessar essa cerca, o próprio tempo poderá lhe mostrar que o lado de lá valia a pena. Caso você tome essa atitude antes do tempo, ele também lhe mostrará que não era o momento certo. Se você tentar tomar a iniciativa depois do tempo, não será mais possível essa travessia.
O tempo tem seu próprio tempo. Você terá sempre que sintonizar o seu tempo ao tempo do tempo. Ele não dá trégua, ele não se atrasa, nem se adianta. Ele não volta atrás , nem pula etapas.
Essa é a única coisa na vida da qual somos realmente escravos....o TEMPO. Não adianta correr atrás dele, nem é possível adiantar-se a ele. Também não espere por ele sentado. Caminhe com ele, lado a lado.
Na maratona entre você e o tempo o vencedor é aquele que consegue largar junto dele e cruzar a reta de chegada no mesmo milésimo de segundo que ele.
Atravessando a cerca ou não, que seja no tempo certo e principalmente se ele lhe mostrar que a travessia se faz realmente necessária. Dê tempo ao tempo, espere o seu tempo e acompanhe o tempo.
Nada chega antes do tempo, nada se vai depois do tempo. Nada se transforma sem que o tempo permita e nada morre sem que ele autorize.
Obedeça o tempo, não tente atravessar a cerca se não tiver a certeza que deve fazer isso e se tiver que fazê-lo, não o faça nem antes , nem depois do tempo.
Silvana Duboc

domingo, 2 de janeiro de 2011

Prece de Ano Novo


Neste ano que se inicia, abra os meus olhos,
os meus ouvidos, os meus sentidos
e o meu coração. Que eu veja além do comum.
Que eu enxergue, através dos homens,
o que há de melhor em cada um.
Que eu ouça somente as palavras bonitas.
Que eu sinta apenas as coisas boas.
Que eu seja mais do que um simples mortal.
Que eu seja eterna como eterna deve ser a esperança.
Que eu seja maior que a própria vontade de crescer.
Que eu queira mais do que o próprio querer.
Que eu seja mais do que esperam de mim.
Que eu possa expandir felicidade e perceber
na simplicidade o valor de todas as coisas.
Que eu seja a semelhança do bem.
Que todos que de mim se aproximarem
pressintam o amor que tenho a oferecer.
Que eu nunca cobre nada dos outros,
mas cobre de mim. Que eu consiga me doar
sem esperar agradecimento.
Que eu seja simples e grandiosa, como simples
e grandiosa é a criação. Que eu permaneça voltada
ao que é bom e precioso - a vida em toda
a essência de sua grandeza.
E assim, serei humana e feliz,
humilde e poderosa, amante e amada.
Estarei pronta e de braços abertos para colher os frutos
de um novo tempo, que espera mais compreensão e
tolerância de cada um para todos os seres do universo.
Assim, teremos a verdadeira comunhão entre o ser e
o mundo que o acolhe - todos os seres inteirados,
respeitando o espaço comum. E o mundo ficará bem melhor
e eu terei feito apenas, uma parte de tudo isso.
Aquela pequena parte que poderá ser a grande diferença.
Que eu tenha a felicidade de ver meus amigos e familiares
unidos em um só pensamento, o de amor, paz e harmonia.
Que eu tenha a felicidade de um ser privilegiado por sua
bondade de encontrar no ano que se inicia um mundo melhor
para todos os seres do universo.
Então estarei em paz.
Que assim seja!