Falar de vocação nos remete ao questionamento de nossa própria existência: “de onde viemos?”, “para aonde iremos?”, “por que existimos?”. Afinal, qual é o sentido da vida?
A resposta para tantas perguntas que nos inquietam pode ser encontrada na compreensão de quem nós somos e qual é a nossa “missão” neste mundo: tudo que existe tem uma razão de ser, nenhum ser existe simplesmente por existir e nem surgiu por mero acaso ou está “destinado” a isso.
Para nós, cristãos, a razão de nosso existir ou o sentido da vida está na descoberta da vocação, que é o chamado de Deus Criador e a resposta pessoal do ser humano, que se dá pelo toque sedutor do Transcendente no íntimo do coração de cada pessoa, realizado na experiência ou encontro pessoal com Cristo, Filho do Deus Vivo, sob a ação do Espírito Santo.
Assim, quem está em comunhão com Deus – o Ser que existe por Si próprio – “encontra” a raiz de si mesmo e de sua vida. Porque nós não existimos, isto é, nós subsistimos Naquele que existe. Conforme nos diz Santo Agostinho: “É na procura inquieta da raiz de si mesmo que o Homem encontra a Deus”. Quem encontra Deus vai ao encontro de si mesmo e, ir ao encontro de si mesmo é ir ao encontro de Deus, que habita em nós.
Deus não só dá a Vida ao ser humano como o chama a descobrir o valor e o sentido dela, por meio das opções vocacionais, conforme o carisma de cada pessoa. Portanto, a primeira vocação é o chamado à Vida e vivê-la segundo a dignidade de filhos e filhas de Deus, criados à Sua Imagem e Semelhança. Pois tudo que Deus criou foi “pensando” em você.
O Papa João Paulo II nos confirma o valor da vocação: “a Vocação qualifica a relação de Deus com cada ser humano, na liberdade do amor, porque ‘toda vida é vocação’ ”.
Em suma, se você ainda não sabe qual é a sua vocação, faz uma boa reflexão do projeto de Deus em sua vida, procurando conciliar o seu projeto com o dEle. Para isso, a voz do Senhor, Mestre da Vida, precisa ser reconhecida através dos sinais (acontecimentos) de todos os dias, seguindo o exemplo da Virgem Maria, Aquela que soube ouvir e acolher o chamado de Deus em sua vida.
Lembre-se, que a carruagem do tempo está passando: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Aproveite o “agora” para parar, pensar e decidir por aquilo que depende exclusivamente de vocês, sua vocação. Neste sentido, a vocação é como a semente da vida que está em nossas mãos. Seu cultivo depende de nossas escolhas e decisões para que dê frutos e sentido à nossa vida de cada dia. Quem descobre a razão do seu existir, descobre sua vocação, que é o encontro consigo mesmo. É se encontrar e encontrar a resposta do por que de seu viver…
Pe. Joaquim de Souza Filho
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